domingo, 29 de novembro de 2009

Árvore de Natal.

Ontem cheguei no meu prédio e os dois elevadores estavam no décimo quinto. Para esperar, sentei-me no hall. Em azul e vermelho, a árvore de Natal piscava aos meus olhos. Engraçado, que sensação. Havia anos que eu não parava para contemplar uma árvore de Natal. Aquela que representava paz, desejo, mistério, hoje em dia tão banalizada no cotidiano, cheguei até a reclamar do dinheiro que a síndica gastava com esses enfeites. Estou empedernindo. Não há mais tempo de contemplar. Quando era uma miúdo, sabia de cor cada ponto da costura da estampa dos cobertores de casa, sabia acompanhar todas as linhas do desenho no pano de chão do banheiro. Podia exceder os limites da conta de água por gastar tempo demais observando a trajetória de cada gota d'água no box. Quando estamos crescendo, é importante que observemos para aprender. É assim que assimilamos o mundo. Mas quando adultos, não sei que desgraçante pedância nos faz ignorar. É por isso que quando grandes, paramos de aprender, ficamos secos, grossos, perdemos a nossa humanidade. Quando paramos de observar, de contemplar. Velocidade e compromisso, existem coisas muito mais relevantes que engolem a nossa capacidade de aprender. Daí o elevador chegou e eu tive de correr. Mas isso foi sincero. Quis chorar em frente àquela árvore.