quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Acúmulo

Hoje minha irmã disse para o meu antigo professor [do fundamental I] de música-vulgo flauta- que eu estava com saudades. Não tinha parado pra pensar nisso, mas é estranho como hoje eu sinto muito menos, nunca mais, falta desse meu colégio do que antes. Isso é comum, mas me inquieta.
Conforme o tempo passa, enquanto as diferentes Saudades vão se acumulando, acabei esquecendo de sentir as Saudades [maiúsculo mesmo] de certas coisas- Saudades que merecem ser sentidas- para sentir outras, que também merecem, mas não necessariamente merecem mais.
Por exemplo, por um vago e ágil instante, parei de sentir a Saudade de escrever aqui no miri. Não sei se foi o layout torto, que eu não sei arrumar e quem sabe não arruma, se é porque só sobramos eu e o Fabinho [mal-e-mal ambos] dentre todos aqueles que foram tão empolgados ao seu nascimento, se foi o vestibular, e depois o nervosismo, e depois a euforia...
O que eu sei é que me sinto injusta. Como pude deixar de sentir Saudades- não só essa- que já me consumiram tanto, que já derramaram tantas lágrimas sinceras em tantos ombros... saudosos?
O que penso é o seguinte: a saudade pode deixar de torturar e machucar, isso é natural. O não natural é deixar de senti-la. Não importa que elas sejam muitas, cada vez mais, ou que você tenha menos tempo para se dedicar a elas, nunca esqueça suas Saudades, elas fazem parte de você e merecem viver.

Paula Zogbi Possari