quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Election Night 2044

Elagabalus finally died. His decrepitude sang the complexion of a punished man, though, the shimmering eyes, statically wide open, denounced the one who had been the last one to live on the surface. His mourn was a tremendous failure, there was only his nephew K, who was, by that moment, the older human in life at the age of twenty-four. K was the first offspring of the Stronghold.
By the year of 2010, the world fell into a great depression, the economy dropped and human boasting attitude overwhelmed nature, the environment got muddy. The world has got itself jammed in bituminous disgrace. Elagabalus was the last man to have seen the sun and the moon; by the year of 2044, all humanity lived underground in a world built out of concrete. When Elagabalus died, the reminiscences of the old world died together.
The people of the Stronghold had no identity. As they were a compendium of what once was a global diverse community, they did not share ethnicity, religions or even language. For this, they needed a leader able to conceal so distinctive backgrounds. Elagabalus was a good one, due to his exotic vividness and unusual tan. The human intellect regressed to a bestial level and they would choose their leaders by judging their beauty. That mournful night they would have to call a new election.
The Election Night 2044 was frustrating. None of the candidates has ever had a sunbath. Those diaphanous puppets of Hades were nothing but flesh and bones. Not even a spot of melanin. One could see melancholy frolicking through those empty bodies. How did the world could reach that path? There was nothing, not even beauty. Humanity was lost. Nature was harshly subverted. In 2044, nobody won the elections.


(minha redação para commonapp para a Tufts University.)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Lá si dó / nada é autobiográfico

Onze meses antes.

Muita chuva, porque chuva é poético. Menos [poético] que a primavera e muito mais que o sol- desde que sem guarda-chuva.
Uma-hora-e-meia pós-meia-noite:
A noite para um, madrugada para a outra.
Ele ouvia "she's only happy in the sun", ela, "I'm only happy when it rains".
Ela com fones de ouvido, ele não se importando com os vizinhos- a não ser que o incomodassem.
Ele contamplava a lua, ela sonhava com as estrelas;
Mas essa não é uma história de antíteses, porque ambos preferiam a noite. Porque precediam manhãs de sol, sem iaiá nem ioiô.
...
E a noite só não os uniu, porque já eram um; mas nunca seria capaz de desuní-los, apesar de previsível que os separasse um dia (...uma noite).

Que ele prefira as ondas, as tempestades; mas ela a calmaria, que ele diga "sozinho", ela "chega de saudade"; se um for Chico Science e a outra Chico Buarque...
Que importa? Ques importam?
Nem ses.

Só importam onze meses depois. E nunca para ambos.


Paula Zogbi Possari

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Quente demais para sopa.

Carboidratos demais;
Açúcar demais;
Barulho, roupas, cérebro

De mais.

Pesado demais;
Arcaico em demasia;
Patinetes, férias, outono

De menos...


Paula Zogbi Possari

domingo, 29 de novembro de 2009

Árvore de Natal.

Ontem cheguei no meu prédio e os dois elevadores estavam no décimo quinto. Para esperar, sentei-me no hall. Em azul e vermelho, a árvore de Natal piscava aos meus olhos. Engraçado, que sensação. Havia anos que eu não parava para contemplar uma árvore de Natal. Aquela que representava paz, desejo, mistério, hoje em dia tão banalizada no cotidiano, cheguei até a reclamar do dinheiro que a síndica gastava com esses enfeites. Estou empedernindo. Não há mais tempo de contemplar. Quando era uma miúdo, sabia de cor cada ponto da costura da estampa dos cobertores de casa, sabia acompanhar todas as linhas do desenho no pano de chão do banheiro. Podia exceder os limites da conta de água por gastar tempo demais observando a trajetória de cada gota d'água no box. Quando estamos crescendo, é importante que observemos para aprender. É assim que assimilamos o mundo. Mas quando adultos, não sei que desgraçante pedância nos faz ignorar. É por isso que quando grandes, paramos de aprender, ficamos secos, grossos, perdemos a nossa humanidade. Quando paramos de observar, de contemplar. Velocidade e compromisso, existem coisas muito mais relevantes que engolem a nossa capacidade de aprender. Daí o elevador chegou e eu tive de correr. Mas isso foi sincero. Quis chorar em frente àquela árvore.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O legal da literatura amadora.

Eu estava assistindo Band of Brothers, e há um episódio chamado "Why we fight" fiquei naquelas de why everything. Daí eu pensei ontem antes de dormir porque escrevo. Cheguei a umas considerações. As considerações são muito pessoais, mas justificam-se.

O Legal da Literatura Amadora.

O legal da literatura amadora é escrever para si achando que está deixando um legado pra humanidade. É legal escrever sabendo que vai sair um monte de besteira e o único crítico é você mesmo. É legal porque ninguém vai estudar aquela sua sacada genial, e se alguém se interessar você vai ter que explicar. O legal é pegar tudo o que você já escreveu e achar algumas coisas muito bestas e algumas coisas que fazem muito sentido. Também é o máximo pensar na sua vida e dividí-la em fases, 1ª, 2ª, 3ª, romântica, realista, simbolista, modernista, vanguarda do seu tempo, e pensar que está inovando. Outra coisa que eu acho fantástica é o fato de (sei lá, pelo menos eu) escrever escrever escrever e não saber conjugar mais de dois verbos em tu ou vós (nem sei o nome dessas pessoas). Mas é legal também quando você lê algo novo e vê que algumas ideias próprias - poucas - batem com ideias de grandes escritores contemporâneos. Legal descobrir que existem coisas simples que você nunca experimentou - aprendi a usar travessões no meio do parágrafo há menos de um mês. Legal também descobrir que as professoras de redação em geral falam merda pra tentar tolhir os frutos da sua imaginação fértil.
O legal da literatura amadora é que, apesar de literatura, é amadora.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dia de sorte. Meia dúzia coisinhas à toa que fazem a vida da gente.

começando pelo mais óbvio, pisei na escola ouvindo uma inspetora gritando pra outra: cancelaram o ENEM, vazou a prova. Ano premiado.
Mais irrisório, na prova perguntavam quatro medidas e repercussões do Marquês de Pombal, o que pra mim foi um desastre.
A lâmpada da sala abaixo à direita explodiu e cheirou gás pelo colégio inteiro.
1° depoimento, imprimiram a prova de recuperação errada para ser aplicada.
2° depoimento, a pessoa rasgou a prova apagando com borracha e logo em seguida, das nove aulas que teria, 4 seriam com a mesma professora de biologia e três com o mesmo professor de matemática.
3° depoimento, a pessoa, ouvindo o Ipod fingiu ser surda para evitar um assalto:
saboyamcphee @fabioandofilho LOL, foi muita sorte! Um até falou "surdo ouvindo fone de ouvido?" e o outro "é surdo sim!! olha pra cara dele" eu: "......"

Foi um dia a ser constado - 01/10/2009

domingo, 27 de setembro de 2009

Equívoco

Não existe esperança, o mundo é vago, vazio.
O tempo que dura a felicidade é ínfimo se comparado ao tempo das reclamações incessantes e corridas contra as maldições da vida à própria vida.
O amor é pequeno, o único amor que nasce realmente grande é o amor próprio, mas mesmo esse diminui paulatinamente, a medida em que se descobre que nada acontecerá da maneira que foi planejado e toda a correnteza é no sentido contrário àquele- ah, aquele- descrito na poesia.
A poesia é um crime.
Pensar é desnecessário, e imaginar é tentar escapar de uma sina a qual nada pode destruir.
O que são os sonhos? Nada. Ninguém pode lhe ajudar, ninguém. E você não pode fazer nada sozinho.
"First you have to give up".
Os únicos momentos verdadeiros na sua vida são aqueles nos quais a sua maior vontade é morrer, e a segunda maior é a que nada do que foi feito merecesse ter sido sequer pensado.
Ninguém vale nada, nada vale nada.

Mas tudo isso não passa de um grande equívoco. O maior.

sábado, 22 de agosto de 2009

O Milagre de Santa Luzia (o filme)

A sanfona, acordeão, gaita, está diretamente incrustada na cultura popular do povo brasileiro. Expressa os mais belos sentimentos e cantos da história do país, dando voz ao chamamé sulista, ao xote e baião nordestino, à guarânia, à rancheira e à marchinhas de festa juninas. Assim como em outros países como Rússia, Itália, França, Canadá, Alemanha, o acordeon é elemento fundamental integrante do folclore de muitos países, e no Brasil representa um compêndio de toda a diversidade, alegria e festa que o brasileiro carrega.

O Milagre de Santa Luzia é um retrato dessa profunda ligação, descrevendo o cenário das múltiplas faces da cultura brasileira através do abrir e fechar de foles de virtuosos espalhados no país.

Estréia para 28 de Agosto.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Beirutando Na Praça. O Evento: 30 de Agosto de 2009

Segundo os preceitos da integração nacional de música e espaço urbano , vem aí um evento que será lindo maravilhoso.

Beirutando Na Praça. Simples e resumidamente é um evento de repercussão nacional no qual pessoas de todo o Brasil apresentarão músicas do Beirut em algum espaço público. Não só um cover é também uma releitura e uma nova dinamização desse grupo já tão dinâmico e inovador.

O Beirut é uma banda formada por Zach Condon, um americano parrudo que bota pra quebrar em composições que não tardam a pegar. Difundido nacionalmente por ser tema da série Capitu pela Globo, quem ainda não conheceu deve correr atrás. Quem já conhece vai deliciar-se com as apresentações do Beirutando Na Praça.

O evento ocorrerá dia 30 DE AGOSTO DE 2009. Aqui em São Paulo será no Parque do Ibirapuera às por volta das 14hs, perto do MAM e será registrado profissionalmente.

Para quem ainda não conhece o Beirutando, vale a pena conferir: Cliquot - Beirutando

Para quem quiser saber mais do projeto e acompanhar as novidades: Comunidade do Orkut
http://www.myspace.com/beirutando http://www.youtube.com/Beirutando http://beirutando.wordpress.com/ www.twitter.com/Beirutando

terça-feira, 16 de junho de 2009

Bagunça.

Que falta nesta cidade?................Verdade
Que mais por sua desonra?...........Honra
Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha.


O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha. (...)
Gregório de Matos


Polícia é necessário. Políticos, muito infelizmente, são necessários às vezes. Mídia é necessária. Movimento Estudantil é mais necessário do que se imagina.O problema nesse mundo é que nada funciona como deveria. A polícia é meliante. Os políticos nem merecem ser comentados. A mídia é tendenciosa. E o movimento estudantil é burro. Nada que nenhuma pessoa não saiba, mas talvez não saibam aplicar as vergonhas em seus cotidianos.Muitas pessoas me reprimem por expor ideais utópicos, mas pra quê abandonar a crença que as coisas possam dar certo? A nossa sociedade está anestesiada de tanta pacholagem, mas o epicentro dessa desgraça está em cada um. O Prof. Edson Alberto C. Ferreira palestrou que é necessário acreditar e lutar, desde que se esteja acima de suas próprias utopias. Esse é meu artigo, inútil para aqueles que veem o problema sempre um passo a frente.


Maio - Junho de 2007 - Ocupação na reitoria da USP.
Estudantes da Universidade de São Paulo ocupam a reitoria reinvidicando uma maior democratização no ensino público. De um lado expuseram uma nova força de expressão estudantil. De outro, depredaram aquilo que vem do dinheiro público. Por ainda outro lado, a mídia faz seu papel. Bagunça.

ver:

Bagunça.
Bagunça..
Bagunça...


16 de Outubro de 2008 - Guerra entre polícias.
Polícia Civil, em manifestação, entra em conflito com a Polícia Militar. Vergonha.

Vergonha, vergonha, vergonha.


9 de Junho de 2009 - Invasão da Polícia Militar na USP.
Greve na USP. Funcionários traziam em pauta a readmissão do sindicalista Brandão e o reajuste salarial, que não vem desde 1994. A reitoria alega que o piquete fere o direito de ir e vir em patrimônio público e aciona a Polícia Militar, que a partir do dia 3 ocupou o campus. Estudantes tomam partido e manifestam também contra o exímio programa da Univesp de licenciatura a distância, que com certeza vai contribuir poças para a educação no país, e pedem a saída da PM. Violência.

Violência

Certo ou errados, o hipopótamo e o escorpião.

domingo, 7 de junho de 2009

Quem é o culpado?



O povo do Zimbábue teve o que mereceu, dizem alguns mais céticos, ao elegerem (muitas vezes) o tirano Robert Mugabe como seu presidente, e permitindo o contínuo aumento da inflação e a perpetuação da crise econômica do país, crise de uma enormidade impressionante para qualquer um com um pouco de senso de realidade. Mas até que ponto esse povo- e esse presidente- devem ser julgados?

Eleito em 1980 primeiro ministro, foi uma figura essencial para a independência, em abril desse mesmo ano, de um país frágil, atrasado e necessitado de líderes como este, que anteriormente fora preso e exilado por lutas a favor de seus ideais. Mas que em 2005 já afirmava que deixará a presidencia apenas quando completar cem anos de idade, e não há quem o negue, da mesma forma que não há quem prove que as eleições são sempre legítimas.

Após se tornar presidente, com a extinção de seu antigo cargo, tratou de centralizar seu poder, impondo o presidencialismo, promoveu bons ajustes no sistema educacional, elevou a qualidade de vida, tudo bem, até a sua ideia de reforma agrária aparecer, com o confisco, em 2000, de terras de proprietários brancos, acompanhado de uma matança comparada por alguns ao holocausto da Alemanha nazista, para dar aos negros, o que foi determinante para o início da atual crise pela qual passa o Zimbábue, onde a inflação chegou a 231 000 000% ao ano, onde famílias levam quilos de notaz zimbabueanas para um almoço de domingo, onde em 2004 68% da população vivia abaixo do nível da pobreza.

Mugabe atrbui a crise às sanções impostas pelos governos ocidentais, mas a verdade é que não há como saber se seu impeachment ou qualquer outra maneira de retirá-lo do poder seria o suficiente para acabar com a situação. Apesar de ser inegável que ele mereça uma lição, qual é a força de um povo pobre, doente e necessitado em um momento como esse?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Acusticando o Rock



Henrique Hawle

apresenta

Acústico Especial de Despedida!!

Confira as atrações!!

Zaíra (voz feminina)

Fábio (acordeon)

Rafael (voz)

DeGhustas

Senhores Fulanos


5ª feira - 07/05

Lone Star Pub

Rua Ministro Rocha Azevedo, 1096, Jardins. (3082-6408)

Horário: 22h00

Entrada:R$5,00


Ai pessoal, não esperem muito de mim, porque não deu tempo de ensaiar muito tá?E é só uma participaçãozinha especial de quatro músicas. Fica o convite aí, se tiverem tempo e disposição :)

Fábio Andó Filho

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Música Paulistana (beta)

São Paulo é uma das cidades mais importantes do Brasil e, certamente, a capital cultural do país. Isso deriva de grandes quantidades de manifestações artísticas, e difere-se de outras regiões do país por apresentar uma enorme diversidade. São Paulo foi palco de um dos eventos mais importantes de expressão artística na terra da palmeira, a Semana de Arte Moderna de 1922, é pólo de atração de exposições internacionais de arte seja contemporânea, barroca, o que for, apresenta grande concentração de bons teatros como o Oficina, e de importância histórica como o Arena, tem uma enorme capacidade no cenário de música underground, tem dança, orquestras, foi berço de grandes autores como Mário de Andrade e Monteiro Lobato (Taubaté). O problema é que essa grande força de expressão não está presente no cotidiano da correria.

Pelo mundo afora, as capitais culturais, que são, geralmente, as maiores cidades, criaram o hábito de intercalar arte com a rotina. Andar em Montréal, a capital cultural do Canadá, é conviver com esse hábito, ninguém passa por nenhuma estação de metrô que não seja acariciada pelos talentosos jovens e velhos músicos. Em Buenos Aires, quem nunca ouviu falar de apresentações de Tango na rua ao som agradabilíssimo do tradicional bandoneon? Na Cidade do México, os músicos apresentam-se dentro dos próprios vagões de metrô, em meio à multidão que sai a trabalho, que pode relaxar e apreciar o que representa a melhor das invenções da humanidade. Em Paris, as pessoas cantam até nos cabelereiros (ver). E na nossa querida terra da garoa? Vi três em toda minha vida e até divulgo-lhes, pois merecem respeito. Um toca violino em alguns fins de tarde pela saida de baixo do metrô Clínicas, outro toca flauta transversal em raros poentes na saida da Vergueiro no terminal Ana Rosa, outro o violino ao lado da Catedral da Sé.

O ato de expressar-se artisticamente em público, cruamente, na rua, é constantemente associado à mendicância. Deve-se eliminar tal preconceito, e deve-se passar a reconhecer o que há de belo, enquanto as pessoas contribuem com a construção de um cenário urbano mais agradável, outras, ignorantes e inexpressivas, atribuem significados injustos, fruto da furtividade social. Não obstante, a prática de arte em público resulta em aprimoramento do amadorismo, desalienação da massa aculturada, desafloração de ânimos reprimidos, colaborando com a construção de uma paisagem mais lépida.

A minha intenção é tentar lutar por uma causa que muitos consideram fútil. Tento fazer com que as pessoas tomem a inciativa de expressar-se sem medo de serem reprimidas. Como aspirante à músico, sei que todos buscam serem reconhecidos e buscam indivíduos que apreciem sua arte. Também acredito que muitos conseguirão alguns arrecadamentos, que não serão tão módicos, pois muitos transeuntes incentivarão aquilo que os faz bem. Chamo essa minha tentativa de projeto de Música Paulistana, e é uma simples vontade de trazer charme à essa cidade de contrastes, cores e ritmos. Inicialmente, não apresento nenhuma proposta concreta (por isso o beta), e sim um apelo aos dezenove milhões de habitantes (ou a meia dúzia que lerá esse artigo) que fomentem as envies de músicos e artistas amadores para que saiam do casulo e mostrem suas asas que nasceram para serem vistas.

Essa proposta, apesar de individual, é empática à do Governo do Estado de São Paulo,que meses atrás lançou um projeto (o qual não me recordo o nome) de incentivo à apresentação de bandas independentes de composições próprias em pontos públicos e importantes da cidade, não sei ao certo que fim deu. Há também o projeto de música da América Latina que ocorre no Terminal Rodoviário do Tietê. O Governo põe à disposição legislação que possibilita projetos culturais mais exigentes( ver). A cultura é sim importante, e todos devem contar com o apoio do Estado, ninguém é reprimido por isso e o país só tende a melhorar.

Espero, sinceramente, que a nossa cidade chegue um dia ao status de primeiro mundo, mas não somente no âmbito político-sócio-econômico, mas também no cultural, educacional e intelectual. Mãos à obra.


Inspirem-se: Beirut - Nantes (Paris)
Beirut - The Penalty (Paris)


Non dvcor, dvco.



Fábio Andó Filho


A nossa humilde tentativa:
(foi divertido pacas)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Três epitáfios sem compromisso.

Viveu, matou, morreu. Cantou, gritou, calou. Jogou, estragou, assistiu. Participou, competiu, torceu. Abriu, puxou, passou. Plantou, comeu, pastou. Deixou, herdou, comprou. Aprendeu, copiou, repetiu. Escreveu, traduziu, citou. Cedeu, roubou, ganhou. Dançou, mexeu, trepidou. Levantou, caiu, tropeçou. Curtiu, avelhentou, envelheceu. Respeitou, invadiu, ausentou. Pé, sentado, transe. Acordou, baladou, dormiu. Escolheu, foi, ignorou. Mudou, carcomeu, parou.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Doblepensar (1984)

Tudo tem uma explicação. Não é tão fácil chegar ao fim.Eu comecei apenas simpatizando, nós tínhamos amigos em comum, frequentávamos os mesmos ambientes.Minha vontade foi se desenvolvendo em necessidade. Eu precisa sentí-la na minha boca. Cansei de ver só na dos outros. Foi então que resolvi experimentar, fui tentar minha sorte.
Nem acreditei que consegui. E foi uma das melhores sensações que senti na minha vida. Acho que minhas pernas até tremeram de euforia. Basicamente os melhores minutos do ano.
E por um tempo ficou só naquela noite. Demorei pra vê-la de novo, cerca de uma semana. A semana da bad. Quando a vi novamente, fui contido. Trocamos até juras de amor em pensamento, mas ninguém quis tocar no assunto. Passamos o dia inteiro juntos e nada, eu tentei parar.
Mas dias depois nos reencontramos e fomos a um barzinho. Não tive controle. A enrolei em mim e em meus lábios a tive novamente. Esses momentos são indescritíveis.Passado alguns minutos, entrei em crise. Me pareceu não mais sulficiente aquelas condições. Queria algo mais forte, mais concreto, mas o medo bateu à porta novamente. Mandei-o embora. E em um abraço meigo cheirei. E descobri que não havia algo melhor. Poderia me deixar aceso por mais dias o cheiro, desde que andasse sempre comigo. E assim passou uma semana.
Sinto agora que estou próximo do fim. O avanço final. E esse receio de que não dure é muito deprimente. E se não der certo, é minha primeira vez.
Mas vou em frente. Vou levando até chegar o grande dia. Tenho medo(de novo) de não voltar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Passo

A pé sentia o pó firmar-me o passo,
caminhada velha no escuro dia.
A fumaça no alto - tragava um maço,
inadvertido, nessa estrada fria.

Sabendo da tarde o fim, via o laço
do sol a desabrochar, e seguia,
mesmo notando que já o cansaço
apertava-se em mim, qual cobra esguia.

Eu andava sem saber que fugia,
sem saber que a fadiga era uma via
que a sincera ausência do teu abraço

escolhera para mostrar que eu perdia.
E na morte do sol vi a ironia
de querer ser sem saber o que faço.




Mais que feliz pelo convite, valeu Fabinho. É um prazer enorme poder participar.

http://rocolmar.blogspot.com

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O náufrago

Eu quis te moldar
Pois não me adequei ao seu pensar
Embora isso me conquistou
Busquei o melhor para nós dois

Ou só pra mim eu não sei
Só sei que amei que amei
Que amei o seu olhar
E naufraguei no seu sertão e mar

E mais
Já não há mais porto ou cais
A imensidão é infinitamente
Sem fim e é o que nos faz contentes

É paz
Só teu afeto me satisfaz
Se o mundo gira lentamente
Quem diz que ele não pára pra gente.

Eu sei que cantar não é meu forte, mas dá pra ter uma idéia da idéia.
http://www.youtube.com/watch?v=PwZN84KSMIw

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Papillon avant l'orage

Moi non plus, je ne suis personne, j'aimerais être une porte pour pouvoir rester toujours silencieux, ou j'aimerais être une sculpture en sable car je pourrais disparaître dans un coup d'une vague. Je voudrais rester là-bas dans une place, n'importe où, mais que je pourrais y rester sans complications. J'espère qu'un jour je vais pouvoir me nourrir de la musique et des chansons des oiseaux. J'attends un jour où je pourrais me coucher sous l'ombre d'une belle fleur. Ou d'un érable qui boit le rafraîchissement de l'eau de la neige qui fond. Ou l'ombre d'un coup de soleil qui traverse la fenêtre, inaperçu, incroyable. Pourtant, j'aimerais voler les temps de tout le monde et leur dire tout. Leur raconter les rêves que je n'en ai jamais eu aucun, mais leur dire tous les details des choses les plus simples et crier sur les vies des personnes qui n'existent pas. J'aimerais devenir ami d'un certain montant des gens spectaculaires et pis les oublier pour pouvoir les connaître encore et profiter de ses magnificences particulières une autre fois. Ce sont des expériences fantastiques: connaître une personne, tomber amoureux, conquérir quelqu'un, être sympathique, gagner la confiance de quelqu'un, faire une amitié, commencer une relation, peut-être apprendre une langue, faire une blague et pas réussir. Ou quand un lieu te manque, ou quand une personne te manque et tu te rappelles de nombreuses choses qui peuvent te faire pleurer ou rire comme un fou. Mais c'est pas bon, et c'est vraiment méchant pour part du destin de te faire rien sentir. La pire part est quand tu ne sens pas. Je déteste ça et me déteste quand ça arrive. Pouvoir rien sentir et rien faire. Vouloir cacher de toi-même les choses qui n'arrivent pas. Je pourrais être une feuille, une bande, le blanc ou le noir, mais s'il vous plaît, attaquez-moi le feu.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Música poetizada

Só queria andar no quarteirão
E ser mais um na multidão
Mas vocês só andam revoltados
Já estão perdendo a expressão

Ontem até quis mudar o mundo
Hoje vi que meu quarto tá imundo
Até as canções são sempre as mesmas
E notei que os refrões mais profundos...

São instrumentais

.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ausência.

Fui uma pessoa que não se importava.
Minto, me importava com os outros. Eu não era apenas secundária, mal estava por trás das câmeras, eu vinha por último.
Alegrias alheias me alegravam, ajudar qualquer pessoa me fazia sentir bem, então pra que perder meu tempo cuidando de coisas minhas? Eu era uma só!
Acabei deixando de ser uma só.
Amei tanto, tanto, que esqueci de amar a mim mesma.
Por me importar tanto com os outros, tão pouco comigo, fui me tornando uma colcha de retalhos, onde cada pedaço era um alguém importante, e eu fui sumindo, sumindo...
Não que eu fosse infeliz daquele jeito. Pelo contrário, não podia querer mais nada.
Deixei de pensar em mim, mas com isso também me ausentei do mundo, dos meus retalhos, meus amores. Fui me mandando embora, eu era tão desinteressante!
Até que as coisas deixaram de ser tão coloridas, e os pedaços foram se afastando de mim, afastando cada vez mais...
Não estava sozinha. Não, não me deixaram sozinha, muito pelo contrário! Seria até ingratidão... Mas eu me sentia assim, já que ninguém pode estar sempre ao meu lado a não ser eu mesma. E eu não estava comigo.
Estava longe.
Eu era a linha que prendia todos os retalhos, e afrouxei mais que nunca, despedaçei. Não tinha mais com o que me aquecer, o que abraçar, quando sonhava que o tempo voltava e o mundo era meu novamente.
Nunca imaginei que fosse precisar tanto de mim como das outras pessoas. No fim das contas, estar ao meu lado talvez pudesse me fazer bem pra variar. Só espero não me estranhar, me dar bem comigo mesma, serei simpática.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Desabafo de novo ano.

Eu aprendi que nao existe melhor lugar no mundo que a minha terra, minha patria, a casa que me acolheu com tanto calor. Que nao existe melhor comida que a por kilo. Que nao existe melhor calçada pra se andar que a do meu bairro e nem melhor cadeira que a da minha escola. Nao existe melhor festa que a brasileira e nada do mundo que pague uma familia e os verdadeiros amigos. Aprendi que é impossivel esquecer o latido do meu cachorro, o gol do meu time. Que o melhor e mais inesquecivel timbre é o do meu instrumento musical. Aprendi que é impossivel esquecer o sorriso dos amigos, nao importa o que aconteça, sempre é a primeira lembrança que se tem, e o melhor remédio e melhor presente. E nenhum outro sorriso no mundo é melhor que os que ficaram pra tras. Aprendi em pouco tempo que o cliché é muito mais sério quando se esta sozinho. Descobri que queria estar ai pra dar um abraço de Feliz Ano Novo pra todo mundo.

Agora ou amanhã

Por que aqui onde eu moro é um tanto sei lá, misturado com um pouco de num sei, com um leve toque de deixa pra lá? Se tudo mundo já parou pra pensar, eu passo a minha vez e vou falar sobre o céu. Mas o céu está tão longe, se é que realmente existe né?! Porque olhar pra cima e dizer que é o céu e olhar pra baixo e dizer que é o chão é muito fácil. É muito bom tomar gosto por perguntar tudo que você não entende, o ruim é quando você não quer entender... O que mais me revolta agora é não dominar nenhum assunto plenamente para poder ser uma fonte de informação ou sequer um cara interessante.
Mas pelo menos hoje, porque amanhã não serei eu, vou abrir bem meus olhos de forma assustadora e dizer: estou farto! Mas de onde vem essa rebeldia sem causa de hoje? Talvez por meus amigos, talvez pela questão do céu mesmo, ou ainda (provavelmente) por tudo estar tão certo e sem abertura para escrever um documento de protesto. Na verdade há um motivo, mas nada novo. Eu que sempre fui contra a exatidão, a matemática, estou freqüentemente caindo em definições. O que está acontecendo?? Chamem o garçom!
Em suma, não pare pra pensar no que você sentia, nem no dia seguinte, nem no nunca. De que vale aprender com os erros se inventaram a sorte? Os lápis não correm em riscos em vão. Pra que destino? Cada noite a gente vai achar a pessoa certa. Pra que frases grandes? Se todas as atenções fossem voltadas para as pequenas alegrias. Não é porque o leite acabou que ficaremos sem o bolo de microondas! É só a gente não gastar tudo agora. Aha! Viu! Já estava pensando no futuro. Ninguém pára pra pensar no agora porque o agora já passou. E o que virá agora? Desisto.