sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Doblepensar (1984)

Tudo tem uma explicação. Não é tão fácil chegar ao fim.Eu comecei apenas simpatizando, nós tínhamos amigos em comum, frequentávamos os mesmos ambientes.Minha vontade foi se desenvolvendo em necessidade. Eu precisa sentí-la na minha boca. Cansei de ver só na dos outros. Foi então que resolvi experimentar, fui tentar minha sorte.
Nem acreditei que consegui. E foi uma das melhores sensações que senti na minha vida. Acho que minhas pernas até tremeram de euforia. Basicamente os melhores minutos do ano.
E por um tempo ficou só naquela noite. Demorei pra vê-la de novo, cerca de uma semana. A semana da bad. Quando a vi novamente, fui contido. Trocamos até juras de amor em pensamento, mas ninguém quis tocar no assunto. Passamos o dia inteiro juntos e nada, eu tentei parar.
Mas dias depois nos reencontramos e fomos a um barzinho. Não tive controle. A enrolei em mim e em meus lábios a tive novamente. Esses momentos são indescritíveis.Passado alguns minutos, entrei em crise. Me pareceu não mais sulficiente aquelas condições. Queria algo mais forte, mais concreto, mas o medo bateu à porta novamente. Mandei-o embora. E em um abraço meigo cheirei. E descobri que não havia algo melhor. Poderia me deixar aceso por mais dias o cheiro, desde que andasse sempre comigo. E assim passou uma semana.
Sinto agora que estou próximo do fim. O avanço final. E esse receio de que não dure é muito deprimente. E se não der certo, é minha primeira vez.
Mas vou em frente. Vou levando até chegar o grande dia. Tenho medo(de novo) de não voltar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Passo

A pé sentia o pó firmar-me o passo,
caminhada velha no escuro dia.
A fumaça no alto - tragava um maço,
inadvertido, nessa estrada fria.

Sabendo da tarde o fim, via o laço
do sol a desabrochar, e seguia,
mesmo notando que já o cansaço
apertava-se em mim, qual cobra esguia.

Eu andava sem saber que fugia,
sem saber que a fadiga era uma via
que a sincera ausência do teu abraço

escolhera para mostrar que eu perdia.
E na morte do sol vi a ironia
de querer ser sem saber o que faço.




Mais que feliz pelo convite, valeu Fabinho. É um prazer enorme poder participar.

http://rocolmar.blogspot.com

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O náufrago

Eu quis te moldar
Pois não me adequei ao seu pensar
Embora isso me conquistou
Busquei o melhor para nós dois

Ou só pra mim eu não sei
Só sei que amei que amei
Que amei o seu olhar
E naufraguei no seu sertão e mar

E mais
Já não há mais porto ou cais
A imensidão é infinitamente
Sem fim e é o que nos faz contentes

É paz
Só teu afeto me satisfaz
Se o mundo gira lentamente
Quem diz que ele não pára pra gente.

Eu sei que cantar não é meu forte, mas dá pra ter uma idéia da idéia.
http://www.youtube.com/watch?v=PwZN84KSMIw