segunda-feira, 17 de novembro de 2008

3 planos

Parte verídica:
Quando parei a olhar fixo para os cds da prateleira, o ventilador pareceu estar parado enquanto as paredes se moviam. Não é possível! Continuei olhando, mas a televisão começou a piscar em um tom meio verde escuro e em ritmo frenético. As ondas musicais oscilavam por todos os cantos chegando aos meus ouvidos pouco distorcidas, de forma que eu não podia compreender. Mas naquele exato momento o telefone tocou quebrando toda a vibração, meu espírito pareceu retornar para o submundo em que costumava viver.

Parte reflexiva:
Hoje não me sinto real. Deitado sob a paisagem que deixa o céu esverdeado, sentindo o vento bater em todo o corpo fazendo-o levitar, a maior vontade é que o mundo realmente acabe. Afinal, o que se há de fazer? Se nosso prazer está baseado em tirar proveito, imagine se em tudo que fosse 'inanimado' houvesse sentimento. Sinto que às vezes o apego material é tão acentuado que é de acreditar que nossas posses realmente sentem alguma coisa por nós, e em comparação com essa natureza, mais particular. É como se tivéssemos a necessidade de se apegar a algo para nos satifazermos. Confesso que assim como agora, confundo meus amores...

Isso não se encaixa:
Deixo agora esse mundo de divagações, pois não são pensamentos que vão mudar o mundo. O carnaval está pra chegar e no fim tudo acaba indo por álcool abaixo junto ao declive das passarelas e das avenidas.

4 comentários:

Lichas disse...

aparentemente esse começou com álcool também.
hehe, brincadeira.
Seja muito bem-vindo :D

Bruno Capelas disse...

"O carnaval está pra chegar e no fim tudo acaba indo por álcool abaixo junto ao declive das passarelas e das avenidas."

Trata-se de um tremendo poeta bebaço. :D. (abaixo junto ao declive é uma maneira bonita de dizer "desci pra baixo".)

Abração!

Fábio disse...

Ô brisa ambulante :)

Vitor Aruth disse...

eu me encaixo onde não se encaixa isso, aquilo, o texto que partiu do reflexivo do verídico...
muito bons os textos ;]