quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Aspargos e Almíscar

Dois passarinhos autóctones gorjeavam concomitantemente aos uivos e ladros caninos das bestas em terra, dois substratos tão distintos, porém indistinguíveis ocorrido o ocaso. Um simples estalo de um galho das árvores pútridas seria suficiente para a esquizofrenia em cenário tão perverso e grotesco, não mais grotesco, entretanto, que suas criaturas híbridas disformes. Algumas delas choravam copiosamente enquanto outras mastigavam suas entranhas, talvez apenas pelo prazer, pois finda a análise desses espécimes poderia-se pressupor que se alimentassem incipientemente de terror.
No entanto, o mesmo poente traz a melancolia do fim de um dia fatigante, no qual os dois singelos serafins crepitam em louvor à sua simplicidade. E, minuciosamente indiferentes ao caos que se propagar, aconchegam-se em seu catártico emaranhado de louros, dantes o cume da vitória, doravante um ninho de amor.

Fábio e Vitor Aruth.
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Mesmo em nosso mundo ainda podemos encontrar o amor.