sábado, 11 de outubro de 2008

Nenhum ensaio sobre nada.

I – Nenhum ensaio

Lindamente, eu não sei o que permeia esta plenitude lírica das oscilações vazias. Em ausência idiossincrática, de uivos ululantes, simula um monte de idéias retóricas. Ícones sem face e sem presença cultuados pela vida são o que não resta daqueles que já não existem. Uma negação da verdade, eles são exatamente o que as siriemas não são. Incapazes de serem levadas pelo vento e capitularem ao tempo, permanecem onde não estão, invejando aos pintinhos, alheios, ventáveis, assim como aqueles que precedem os outros que procedem muita coisa com o risco de causar algo de grande magnitude, podendo abranger até mesmo a pesca por luminescências esplêndidas mesmo, às vezes muito aquém do permitido por nossa capacidade incipiente, afogando-nos de novo ao nada. Nada é, nebulosamente, a gênese. Aqueles que procedem são, consequentemente, simplesmente, nozes.

II – sobre o nada.

O nada é a sobreposição de tudo e, por sobrepor tudo, submete-se à anulação. Nada, então é o estado mais completo e complexo da metafísica, sendo congruente ao tudo e adjacente ao quase nada. Não é mais vazio agora. O nada é tudo cheio, como o branco é cheio de luz e o preto é cheio de cor, enquanto a recíproca é oposta. Como o amor é cheio de outro, e a solidão é excesso de si. Como a vida é feita de morte e a morte é feita de vida. Nada é tudo e tudo é nada, mas sobre isso nada podemos falar. Um circunlóquio sem fim e sem sentido. Assim como o universo, que não significa nada, exatamente por ser absolutamente tudo.


III- O Gnomo, nihil.



Fábio e Vítor.

6 comentários:

Vitor Aruth disse...

a gente não pode ficar falando da essência do universo na aula que dá nisso..

Vitor Aruth disse...

posta o gnomo =]

Lichas disse...

eu vou sentir saudades de vocês dois estarem na mesma sala!
E dizer alguma coisa sobre o "anti-ensaio" acabaria com o espírito da coisa

Fábio disse...

a mano, eu tenho que desenhar, mas eu fiz uma parte kafkaniana dele ai. Só o titulo.

Anônimo disse...

esse ensaio sobre o nada também não quer dizer nada ou realmente ensaia sobre o nada?

pareceu-me a primeira opção, e se realmente for, a metalinguagem ficou bem interessante! nada falando de nada é algo bem interessante de se pensar!!

=D

Vitor Aruth disse...

Na verdade não pensei em nada quando pensei em nada, ou pensei em nada quando o fiz, o nada, que foi o pensar em nada.
Mais fiz quando nada fiz em relação a esse trabalho, espero que tenham...
Enfim, espero que tenham gostado.